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Menos blablabla e mais ecologia.

Petróleo na Amazônia: O lucro acima do meio ambiente

  • Foto do escritor: Gaia
    Gaia
  • 22 de fev.
  • 4 min de leitura

O grande dilema político da exploração de petróleo na Amazônia já não é de hoje e a polêmica veem se arrastando por anos. O mundo inteiro sabe da importancia da floresta Amazônica como maior floresta do tropical do planeta, abrigando a maior biodiversidade de fauna e flora. No entanto, ainda assim, quando o lucro é o bem mais precioso do que a vida, tal tesouro ambiental pode ser facilmente subestimado.


Nos últimos anos, a discussão sobre perfuração na região amazônica ganhou força. De um lado, há o argumento econômico: o petróleo gera empregos, impulsiona a economia e fortalece a produção de energia no Brasil. Do outro, temos a questão ambiental, que grita desesperadamente: "E os impactos para Gaia?" 



🌲O que está rolando na Amazônia?


Atualmente, a Amazônia brasileira cobre cerca de 5,5 milhões de km² e abriga 20% da biodiversidade do planeta. Algumas espécies nativas são o uacari-branco, o peixe-boi-da-Amazônia, pirarucu, saí-andorinha, arara-canindé, jacaretinga, harpia, anta, onça-pintada, capivara, veado, lontra, tatu, lobo-guará e só estamos citando alguns. Mas esse paraíso natural está na mira de empresas petrolíferas. O interesse maior está na Foz do Amazonas, uma área costeira que se estende entre o Amapá e o Pará, onde há indícios de grandes reservas de petróleo. A Petrobras já solicitou autorização para perfuração, e a pressão para explorar a região só aumenta.


Em maio de 2023 o Ibama já havia negado o pedido da Petrobras de perfurar a bacia da Foz do Amazonas, alegando que não haviam garantias que resguardasse a fauna em caso de vazamento de óleo, fora o impacto em três terras indígenas na costa norte do Amapá. Na época o presidente Lula declarou que iria fazer tudo de acordo com a lei e respeitando o meio ambiente (que bom, não é mesmo?), mas sem desperdiçar nenhuma oportunidade de crescimento.


O principal argumento para perfuração na bacia do Foz do Amazonas, é a garantia de segurança energética durante a transição verde, mas tal justificativa não se sustenta, pois segundo Suely Araújo, presidente do Ibama, levaria uma década para gerar royalties, tempo que não temos. Em um país rico com bacias hidrográficas e liderando o topo do rank da energia limpa com solar e eólica, fica difícil de engolir.


A Margem Equatorial é uma das últimas fronteiras petrolíferas inexplorada, alguns estudos apontam que essa região que se estende da Guiana até o Rio Grande do Norte contenha 37% das reservas brasileiras, equivalente a 5,6 bilhões de barris de petróleo, podendo arrecadar até R$ 1 trilhão. Mas aqui vem o problema: explorar petróleo ali é brincar de Jenga com a ecologia, qualquer peça errada pode desmoronar todo o sistema.


No jogo político brasileira, Lula apresenta a estratégia sustentável do país tentando reverter decisões do governo Bolsonaro, que deixavam margens para as regulamentações ambientais. No entanto, sua postura de desenvolvimento tradicional, focado no setor industrial e da carne, impulsiona os maiores emissões de Gases de Efeito Estufa. A decisão final ainda não foi tomada, Petrobras ainda aguarda a autorização do Ibama para começar as pesquisas.


🛢️ Possíveis impactos ambientais da perfuração na Amazônia


  • Derramamentos de petróleo:Se tem uma coisa que a indústria petrolífera tem em comum com aquele amigo desastrado, é que sempre rola um acidente. Estudos mostram que, entre 1970 e 2018, vazamentos de petróleo despejaram mais de 5,7 milhões de barris no oceano mundialmente. Na Amazônia, onde os rios são as verdadeiras estradas da floresta, um vazamento pode ser catastrófico.

  • Desmatamento indireto:A infraestrutura necessária para a exploração inclui estradas, oleodutos e plataformas, o que significa abrir espaço no meio da floresta. E sabemos que onde passa estrada, desmatamento e grilagem vêm de carona. Só em 2023, a Amazônia perdeu cerca de 10 mil km² de floresta, e essa perda pode aumentar se a exploração for liberada.

  • Impacto nos povos indígenas e comunidades ribeirinhas:Mais de 400 povos indígenas vivem na Amazônia, muitos deles em áreas que podem ser impactadas pela exploração de petróleo. Essas comunidades dependem dos rios e da floresta para sobreviver, e qualquer alteração nesse ecossistema pode colocar sua cultura e sustento em risco. Não dá para ignorar essa galera.

  • Mudanças climáticas:Estamos em plena corrida para reduzir emissões de CO₂, e adivinhe? O petróleo é um dos maiores vilões nessa história. O Brasil se comprometeu no Acordo de Paris a reduzir suas emissões em 37% até 2025 e em 50% até 2030. Aí vem a pergunta: faz sentido abrir novas frentes de exploração de petróleo enquanto tentamos cortar emissões? (Spoiler: não faz.)



💰 O lado econômico: vale o risco?


Os defensores da exploração alegam que o petróleo pode impulsionar a economia e gerar empregos na região. Mas será que estamos apostando no cavalo certo? O mundo já está de olho em energias renováveis, e diversos países têm reduzido seu consumo de combustíveis fósseis. Investir em algo que pode virar peça de museu em algumas décadas realmente é uma boa estratégia?


Além disso, um estudo da Carbon Tracker revelou que 60% das reservas de petróleo conhecidas precisam ficar intocadas para evitarmos um aumento de temperatura acima de 1,5°C. Ou seja, nem precisamos de novo petróleo—temos mais do que o planeta pode aguentar. A questão em jogo é o dinheiro, movido pela ganância humana, quando há investimentos renováveis que são ideais para o futuro da Terra.


Aqui na Gaia Certificadora Ambiental temos a preocupação de ajudar empresas e eventos a neutralizar suas emissões de Gases de Efeito Estufa com a certificação Carbono Neutro, que incentiva projetos de reflorestamento ambiental e compensa as atividades com créditos ou plantio de árvores. A tendência indica a criação de uma lei que obriga as grandes empresas emitirem o inventário de carbono e compensarem suas ações.



Se queremos realmente um selo verde para nosso futuro, precisamos escolher melhor onde investir. Em vez de mais petróleo, por que não turbinar a produção de energia solar e eólica? O Brasil já é líder em energias renováveis, com 92% da sua matriz elétrica vinda de fontes limpas. Bora dobrar essa aposta!


A Amazônia é um tesouro natural único no mundo. Transformá-la em um pólo petrolífero pode gerar lucros no curto prazo, mas os impactos podem ser irreversíveis. O dilema é simples: queremos um futuro movido a combustíveis fósseis ou a sustentabilidade? 🌱


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